Fábio Moon e Gabriel Bá – Daytripper

daytripper_capaAcho que a essa altura todos já conhecem a regra de ouro da resenha de quadrinho no Livrada!, certo? Caso alguém tenha chegado agora, a regra tem um nome que parece prêmio de televisão: major achievement in graphic novels only. Tradução: só os quadrinhos mais bolados do pedaço, e quem não acha e quem não gosta não faz nada, fica peixe aí. Obviamente que Daytripper, dos gêmeos Bá e Moon, não é diferente, e gostaria de comentar este livro aqui em um post mais curto. Não porque o livro não valha mais do que cinco parágrafos, mas é que eu estou é com pressa. Perdão por isso. Ah. Pode ter spoiler. Perdão por isso também.

Daytripper conta a história de Brás de Oliveira Domingos, um jornalista que escreve obituários, vive à sombra de seu pai, um escritor badalado, e colhe os frutinhos miúdos e esparsos de um único livro publicado, só pra não dizer que não se enveredou pelos mesmos caminhos do velho. Em sua profissão, ele precisa resumir a existência de pessoas a meros parágrafos enquanto passa por transformações marcantes. Dá pra inferir daí que a grande questão do livro é: o que, exatamente, define a sua existência? Os livros que você publicou, as amizades que fez, as mulheres que comeu, o dia em que você nasceu, ou nenhuma das afirmativas anteriores? É esse tipo de questão existencial que é discutida no livro.

Cada capítulo é um número, que corresponde à idade em que Brás morre. É, a cada capítulo ele morre e a vida dele, cortada naquele ponto, é definida em dois parágrafos de obituário escritos no último quadro. É dessa forma não-linear que os autores procuram explicar esse ponto de vista e também a efemeridade da vida quando alinhada à imprevisibilidade da morte. É, acho que é isso. Tô escrevendo muito bonito hoje.

gabriel-ba-fabio-moonE é claro, os desenhos são de arrepiar. Não é à toa que esses caras já paparam todos os prêmios de quadrinhos possíveis e imagináveis. O tratamento das cores e as splash pages não só enriquecem a experiência de conhecer a história de Daytripper como arrisco dizer: se não fosse um quadrinho, não teria metade do impacto que tem. Se a coisa fosse tratada como literatura strictu sensu provavelmente sairia algo meio piegas, meio auto-ajuda, meio Martha Medeiros. Aqui, a imagem e o texto se ajudam e criam uma experiência singela na medida. Por isso é que é legal.

O livro foi lançado pela editora Vertigo, que é uma editora especializada mais em quadrinhos de fantasia, e tem duas versões: uma de capa dura e uma de capa mole que custa a metade do preço mas detona mais rápido também. Então, não sei, vai da sua vontade de gastar e do seu ímpeto de colecionador. Sei que de qualquer jeito a edição é lindíssima pelo trabalho dos dois. Ah, e tem prefácio desenhado pelo Craig Thompson, que escreveu Retalhos, o que atesta que os sujeitos são referendados por gente referendada, e quer mais o quê?

Comentário final: 256 páginas em papel couché. Quase um obituário da vítima que levar uma livrada desse aqui na cabeça.

Mo Yan – Mudança (Bian)

bianNo ano passado, este blog fez um bolão do Nobel para ver quem iria acertar o ganhador do prêmio literário máximo daquela vez. Muitos apostaram com o coração e outros tantos com a lógica, mas quem ganhou mesmo foi o Guilherme Sobota, que, muito malandro, foi conferir o nome mais cotado nas casas de aposta antes de emitir seu palpite. Como a coisa já faz mais ou menos um ano e como foi aniversário do nosso leitor ontem, vamos falar do até então único livro do prêmio Nobel Mo Yan traduzido para o Brasil.

Sempre acho que um nome mais ou menos obscuro aqui que é laureado com o Nobel, eu encaro a coisa como uma lança no peito da curadoria editorial das casas especializadas do país. É certo que a corrida começa imediatamente depois do anúncio, e poucos conseguem um contrato mais permanente porque a verdade é que os tempos de “O que é bom para os Estados Unidos (ou, o que é bom para Estocolmo), é bom para o Brasil” do senador Juraci Magalhães já se foram há muito, e a verdade é que, com nossa própria literatura nivelando por baixo, se o cara for sisudão, a coisa nem vinga por aqui. Por exemplo, a Elfriede Jelinek, vocês sabem. É claro que o Nobel não é exatamente um bom termômetro da qualidade literária de um autor, já que o prêmio é sempre dado pelo conjunto da obra e por razões outras que não a própria literatura.

Felizmente, Mo Yan é um autor fácil e divertido de ser lido, e confesso que fui parcial na minha pré-avaliação dele porque ainda estou embasbacado com a literatura do Yu Hua, seu conterrâneo que já passou pelo Livrada! em duas ocasiões: aqui e, principalmente, aqui. Mas Mudança, seu primeiro título cá nesta terra de pecadores, não é um romance, é um livro de relatos, o que deixa o primeiro encontro com a literatura dele um pouco imprevisível, porque não dá pra ter uma medida muito certa do tipo de escrita que o sujeito pratica, ainda mais que ele conta na apresentação que escreveu o livro meio contrariado e meio sem saber o que estava fazendo. A ideia era escrever um texto que resumisse as principais mudanças na China maoista até sua abertura. A megalomania do projeto é pra desanimar qualquer um mesmo, ainda mais se você não é exatamente um estudioso da coisa e só tem uma memória prática dos acontecimentos.

Mas é justamente aí que está a graça do negócio. Mo Yan escreveu um livro pequenininho, de tão pequeno que chega a ser uma afronta à proposta original, e escreveu sobre sua própria vida, de garoto apagado e pobre do interior à vida no exército e suas primeiras publicações. É por meio dele que você aprende que tipo de mudanças econômicas a morte do camarada Mao trouxe para a população mais pobre, que pôde sair dos buracos onde moravam para visitar a onipotente Pequim, ou como os caminhões soviéticos passaram de objetos de consumo para velharias imprestáveis, e como o sonho de ser caminhoneiro entre os pequenos chineses morreu com a abertura para novos negócios. Mo Yan mostra como as pessoas que não tinham nada puderam enriquecer muito rapidamente depois da abertura, e como algumas publicações em revistas já alçaram o autor a um patamar gigantesco. Então a gente entende que o título do livro, “Mudança” é uma só, a mudança da China, mas é contado a partir de mudanças, no plural, que são pequenas e entrevistas nos detalhes das vidas narradas, mas significativas no conjunto para a compreensão da conjuntura política e social do país dos amarelos.

MudançaE tudo isso é contado na maior despretensão, como um senhorzinho que conta as memórias da infância dele sem se preocupar em ser dramático ou prender o interlocutor, mas preocupado, antes de tudo, em fazer o leitor entender a lógica diferente daqueles dias diferentes e as preocupações de uma geração que se dividia entre o dever cívico e os sonhos materialistas, como andar de caminhão (a capa do livro é um desenho técnico de um desses caminhões russos) e visitar a capital.

No fim, Mudança é um livro singelo, mas honestíssimo na fidelização do ponto de vista do autor-narrador e que se sabe incapaz de dar conta de explicar todas as transformações da China no século 20, mas que dá sua contribuição empírica pra extensa bibliografia já publicada e a cada dia mais engrossada por tomos novos. E isso, para nós, leitores leigos que não nos pretendemos sábios entendedores da questão chinesa, nos contenta e nos satisfaz. De quebra, ainda conhecemos um autor Nobel novo, o que, por si, só, já torna a experiência da leitura mais reveladora.

O projeto gráfico da Cosacnaify é lindão como sempre e o livro, em seu tamanho, é quase um pocket. Um 19 x 12cm com fonte Milo Serif em cor roxa, papel pólen bold e um texto preparado e revisado por orientais (se isso não agrega valor ao cuidado da editora, eu não sei o que agregaria). E, claro, a famosa cinta promocional pra avisar o leitor desavisado de que sim, é esse o chinês laureado em 2012. Vida longa à literatura da China!

Comentário Final: 125 páginas de papel pólen bold. Não machuca, mas agrada a quem olhar.

Michel Laub – Diário da Queda

Michel LaubQuem lê esse blog há tempos (e creio que esse número vem aumentando constantemente), sabe que eu sou um eterno amargurado com a nossa literatura brasileira contemporânea e saio errantemente procurando algum livro que me faça mudar de ideia ou que me dê a cetelha de esperança de que preciso pra não ir na do sujeito lá que deu entrevista pro Globo falando que o Rubem Fonseca não faria sucesso nos dias de hoje. A sorte é que volta e meia esbarro com um desses exemplares. O Diário da Queda é um deles. De longe o melhor e mais maduro livro do Michel Laub. Vamos a ele que atrás vem gente. (putz, acho que não era assim o ditado, tenho que parar de tomar tanto chá de fita).

Num resumo bem simplista, o livro é narrado em primeira pessoa em pequenos fragmentos (como em O Gato Diz Adeus) por um judeu, neto de um sobrevivente de Auschwitz, que estuda num colégio só pra judeus, onde ele e seus amiguinhos fazem um bullying pesado com o único gói do pedaço. Porém, como esse é um romance de formação, a coisa não pára por aí e vai até a vida adulta do protagonista, que se transforma em um escritor e sai de Porto Alegre para morar em São Paulo. Como o próprio Michel Laub, que, aliás, também é judeu. Para usar aqui uma palavra apropriada, tai um escritor que deve ter sido judiado até não poder mais com perguntas do tipo “Qual o teor autobiográfico de Diário da Queda?” e “Você tem um avô que é sobrevivente de Auschwitz?”, etc, etc. Sinceramnete, se você não tem o que perguntar para um autor que escreve um livro desses, só lamento, porque aqui há muito mais questões propostas do que a eterna ponderação sobre invenção e memória.

O acontecimento principal em O Diário da Queda é quando o menino Bruno (acho que é esse o nome, que preguiça, o livro tá a dois passos de mim, mas levantar a bunda gorda dessa cadeira pra pegar que é bom, nada) (agora levantei e vi que o nome do menino é João), quer dizer, quando o menino João, o gói da parada e eterna bola da vez da judeuzada cruel resolve fazer uma festa de aniversário de 13 anos, o que corresponderia ao Bar-Mitzvah dos colegas. Incorporando alguns elementos da festa judaica (êta, João antropofágico da gota serena!), os meninos fazem aquele lance de jogar o aniversariante pra cima com um pano gigante esticado por todas as mãos possíveis. Só que na última vez que jogam o menino pra cima, deixam ele se esborrachar no chão de propósito, só pra ver qualé. O João fica seriamente ferido e isso coloca a vida do protagonista em uma direção diferente da de seus colegas. Ele muda então de escola junto com o João e vai para uma escola não-judaica, onde agora quem sofre bullying é ele. Bom, essa é a primeira discussão do livro, então: a inconsciência da crueldade coletiva, o empoderamento da maioria e outras coisas tais que os judeus gostam de jogar nas costas da alemãozada. E principalmente a inversão dos papéis, algo que é comumente descartado pela suposta índole cândida dos judeus.

Mas aí também tem a questão do pai dele, que vive à sombra do avô, sobrevivente de Auschwitz e autor de cadernos completamente insípidos sobre a chegada no Brasil. O pai é bitolado na questão judaica e bota a culpa de tudo o que pode acontecer em Auschwitz e no holocausto. O confronto com o pai e suas ideias é também o confronto com seus amigos e o confronto com Auschwitz. Quer dizer, ignorar o holocausto é, para ele, amenizar a pancada sem ter o direito para isso. Como argumentar contra Auschwitz, afinal? Esse é um dos aprendizados do protagonista enquanto descendente de judeus questionador. E ele vai jogando essas e outras ideias, embora não consiga dar conta de metade delas dada a curta extensão do livro e a escassez de ensaio do narrador.

diário da quedaAliás, tai uma coisa legal do Laub, que são essas ideias discutidas não sob a forma de ideias sendo discutidas, mas sob a forma de fluxo de consciência, memória e seletividade narrativa. É só dessa maneira que a gente consegue perceber um padrão hegeliano nas gerações tratadas no romance (o livro é dividido em capítulos como “Algumas coisas que sei sobre meu avô”, “Algumas coisas que sei sobre meu pai” e “Algumas coisas que sei sobre mim”). Sabe, aquela coisa: tese, antítese e síntese. Um exemplo da relação: O avô nunca escreveu uma palavra sobre Auschwitz, o pai, por outro lado, sobrepesou a coisa e se tornou um obcecado. O filho, então, precisa balancear a vida e sair da sombra e da forma do holocausto para viver seus próprios dramas, filtrar as duas pontas de uma formação literária e concreta sobre o caso e avaliar o que pesa mais na sua vida: o legado do holocausto ou o próprio pai obcecado com o holocausto. Entre outras coisas.

Como vocês podem ver, esse é um livro complexo, maduro e relativamente bem resolvido, dado sua limitação de páginas e a extensa bibliografia, ficcional e não-ficcional, sobre o assunto. Acho que o cara conseguiu o que queria e foi bem sucedido nessa árdua missão do escritor brasileiro de fazer um livro que não seja só mais um livro. E acho que boa parte da minha simpatia foi ganha na linguagem. Sinceramente, ando cansado dessa onda de escritor nacional escrever que nem adolescente em absolutamente todos os livros. Ninguém se trata como adulto, e isso é chatão. O pessoal pode argumentar que geralmente são livros mais voltados para adolescentes, mas eu digo que a psicologia já provou que se você quer ser respeitado pela mocadinha, não fique falando Gugu-dadá pra sempre. E se alguém contra-argumentar dizendo que Gugu-dadá é exatamente isso o que este querido blog balbucia, eu digo que isso só vale para as coisas sérias, não para blogueiros literários absurdamente lindos e maravilhosos como eu.

O projeto gráfico da Companhia das Letras é um dos mais bonitos que já vi para livros nacionais. Fonte Electra, papel pólen de grande gramatura, e a foto de capa, meio prateada, é uma das melhores que já vi por aqui, na minha opinião.

Comentário final: 151 páginas de papel pólen soft. Ia contar uma piada de judeu aqui, mas são tempos perigosos de dedos apontados para todos os lados, então vou deixar quieto.

Anthony Bourdain – Cozinha Confidencial (Kitchen Confidential)

Kitchen ConfidentialAntes de começar o post de hoje, gostaria de pedir a todos que toparam fazer o Desafio Livrada! 2013 que me contassem o progresso para as metas estabelecidas. Meu palpite é que ninguém se lembra, brasileiro não tem memória de compromisso que assume, blá blá blá, em quem você votou pra deputado blá blá blá, vocês já conhecem o papo. Enfim, pode ser por comentário e pode ser também pelo e-mail bloglivrada@gmail.com, combinado?

Bom, o livro de hoje, parece bem óbvio, é uma não ficção. É um livro de memórias do cozinheiro nova iorquino Anthony Bourdain. E fazer resenha de livro de memórias é a coisa mais fácil pra acabar escrevendo um release involuntário (se bem que a maioria do povo que anda comentando livros na grande mídia já anda flertando com esse lance de release requentado). Mas vou tentar dar umas pinceladas gerais antes do comentário para ver se escapamos dessa cilada.

A ideia básica de Cozinha Confidencial é: cozinheiro é tudo porra-louca, a vida na cozinha é pior que a vida de boia-fria no sertão de Pernambuco e manter um restaurante, como diz a Barbie sobre a matemática, é “difííííícil”. É assim que o autor resume suas experiências. Ele começa contando como despertou seu paladar em uma viagem à França em que comeu sopa fria e mariscos crus. Eu sou meio fresco pra maioria das coisas e já teria parado por aí, mas bem, esse não é um livro sobre as minhas aventuras gastronômicas (até porque se fosse, teria umas dez páginas apenas). E a partir daí, desgarrou-se de sua família para ser um jovem cocainômano, maconheiro e alcóolatra numa cidade do litoral, onde arrumou um emprego de lavador de pratos para se manter. E seguem capítulos sobre a sua formação, os restaurantes em que trabalhou, seu envolvimento com a máfia e as grandes lições da cozinha que tirou da própria experiência.

Mas o cara é mais cozinheiro do que escritor. Prova disso é que ele não faz ideia de quem seja o seu leitor ideal, uma coisa que teria resolvido se desse uma lida nuns caras teóricos aí tipo Umberto Eco e Walter Benjamin que, olha, tão fazendo falta pra essa galera beletrista, viu. Ao mesmo tempo em que ele usa um linguajar cheio de jargão, o que dá a entender que o livro é feito para quem manja das putaria, intercala capítulos para totais iniciantes no assunto, do tipo “então você cozinha e quer impressionar as visitas num jantar? Olha aqui a lista de materiais que você precisa comprar”, “eis aqui a divisão dos trabalhos na cozinha” e “veja bem o que acontece por causa da difícil manutenção de um restaurante”. O palpite que extraio disso tudo é que Bourdain escreveu esse livro pra algum tipo de fooder hardcore que leu muito livro sobre o assunto mas não faz ideia de como a coisa se resolve na prática. Mas vai saber, às vezes o cara só queria abranger o maior público possível, e se você já sabe de alguma coisa que ele está falando, é só pular o capítulo.

Cozinha ConfidencialE embora o estilo de escrita dele seja meio cheio de coisas chulas e linguagem informal (parecido com esses malditos blogs literários da internet, hãn, hãn?), as histórias que ele conta são bem legais! E ele não idolatra a comida fazendo você salivar por cada coisa que ele descreve, mas antes de tudo, traz tudo para o plano terreno. É uma pegada bem realista e desglamurizada de tudo, eu acho, e isso é bom porque os cozinheiros mais midiáticos que eu conheço, tipo esse Jamie Oliver e a Nigella Lawson são muito entusiasmados com tudo. Entusiasmados demais, chega a cansar. Bom, não que ele não se empolgue em algumas partes, mas nada imperdoável também. Acho que se o cara não gostasse do que ele faz, não escreveria um livro sobre o assunto, principalmente um em que basicamente se resume a ele queimando o próprio filme com descrições insólitas de seus hábitos desregrados na cozinha.

Aliás, essa é outra coisa boa. Apesar dele ser o autor do livro, e, na sua condição de autor, mandar a real, Bourdain não se coloca como o detentor da verdade nem se pinta como o grande cozinheiro de nossa época. Pelo contrário, o cara fala “eu faço assim, mas se você for aprender com tal pessoa, esqueça tudo o que eu falei, porque ele manda melhor do que eu” com a maior tranquilidade. E acho que essa mínima falta de vaidade que seja é benéfica, principalmente em se tratando de profissionais vaidosos como cozinheiros e chefs de cozinha.

Eu acordei em um belo sábado querendo ler esse livro porque alguma amiga do Murilo certa vez me chamou de Anthony Bourdain dos hambúrgueres, em referência aos textos meio ensaísticos do meu outro blog, o Good Burger, que é basicamente igual a esse, só que mais afetado e sobre hambúrgueres. Li e não me arrependi, e me senti até meio lisonjeado. O projeto gráfico da Companhia das Letras é aquele pacote basicão de livros não tão importantes assim, mas que ainda assim, é uma beleza. Fonte Minion (a fonte usada para editora para a maioria dos livros de não-ficção), papel pólen e uma capa mutcho loka e psicodélica que deve querer passar uma ideia de cozinha e drogas, ou talvez apenas o movimento frenético dos cozinheiros. Essa capa aí da foto é o meu livro, que tive que escanear porque não tinha nenhuma foto em alta dessa capa na internet. Livrada! também é banco de imagens, rapá.

Comentário final: 376 páginas de papel pólen.  Dá pra tacar na cabeça do garçom quando ele traz um misto quente com queijo e presunto quando você pede um sem queijo, sem presunto, com ovo, salada e frio no lugar.