Vídeo: O Pai Goriot, de Balzac

Amigos, alguns de vocês tem pedido para que eu volte com as resenhas em texto, e eu vou fazer isso mesmo. Estou enrolando? Estou. Por quê? Nem eu sei direito. Falta de sentar aqui no computador e escrever. Deve ser uma dessas coisas que você perde a vontade de fazer depois de trabalhar todos os dias na frente de um computador. Enfim, hoje tem Balzac.

Clica aí na imagem.

O Pai Goriot

Minhas Escolhas para o Desafio Livrada! 2016

Nunca tive um blog em que as pessoas se importavam se eu postava algo ou não. Por isso, não estava esperando a enxurrada de gente me cobrando um vídeo com as minhas escolhas para o Desafio Livrada! 2016, que eu espero que vocês estejam participando. A ideia original era só voltar com o blog em fevereiro e lançar a minha lista lá pelo meio do ano, quando a maioria delas já estivesse publicada em vídeo e no instagram, mas eis que chega a roda viva e faz este humilde bloguinho parecer um samba de uma nota só, porque não tenho falado de outra coisa nesse ínterim. Bom, para deixar todo mundo mais tranquilo, solto já esta carambola, que você pode ver se clicar na imagem abaixo. Até a próxima, amigos!

Desafio Livrada 2016

Vídeo: Book Haul Maio/Julho de 2015

É, amigo, fiz um book haul. Quem me viu, quem me vê. Mas eu não podia deixar de fazer, afinal, foram tantas coisas maneiras que eu recebi na caixinha do Livrada! que eu precisava fazer uma “prestação de contas”, por assim dizer. No vídeo eu falo dos livros que ganhei, dos que eu comprei e dos que recebi de editoras, além de filmes e séries que assisti. Aproveito ainda pra falar dos marcadores do Livrada!, que você recebe se mandar uma cartinha, um livro, uma calcinha ou qualquer coisa do tipo pra minha caixa postal, que é:

Yuri – Livrada!

Caixa Postal 19501

Curitiba – PR

CEP 80050-380

No mais, as imagens falam por si só. Assista ao vídeo clicando na imagem abaixo.

caixapostal

Vídeo: Um rolé pela Flip 2015 (parte 2)

E chegamos a última parte da nossa cobertura maravilhosa pela Flip 2015! Aproveitem cada minuto desse vídeo como nós aproveitamos cada minuto fazendo ele (tomando chuva e pisando naquelas pedras desgraçadas. Sério, alguém gosta dessa porcaria? Se eu fosse prefeito, mandava asfaltar tudo!)

Clica aí na imagem e deixe um comentário massa lá no vídeo pra gente saber o que você achou 🙂

flip2

Vídeo: Entrevista (com choque) com Melina Souza

A Mel é hoje uma das blogueiras mais famosas do Brasil, mas eu conheci ela antes dessa vida, quando estudava com o irmão dela, que era meu calouro na faculdade. Fiquei amigo da família e, anos depois, quando entrei nessas de Youtube, ela resolveu me convidar pra gravar um vídeo com ela, e assim fui apresentado para o mundo virtual. Achei a ideia legal e resolvi gravar um vídeo para o meu canal também.

O resultado é essa entrevista pingue-pongue em que de quebra, tanto entrevistado quanto entrevistador levam choques elétricos provocados por uma bolinha manufaturada no inferno pelo capeta em pessoa. O resultado você confere clicando aqui na imagem abaixo.
Mel

E caso alguém por acaso não conheça a Mel e se interesse por fotos bonitas e dicas de coisas fofas, siga-a nessas redes sociais:

Instagram –  Blog – Facebook – Twitter – Skoob – Goodreads

E mais uma vez preciso agradecer à Mel pelo carinho e pela receptividade nesse lance youtubístico. Aprendi muito com ela e espero aprender mais sobre dominação mundial mediante vlog. Beijo, Mel!

Vídeo: Cristóvão Tezza – O Professor

 

 o-professor-de-tezza

 

Querem me calar, mas olha eu aqui de novo com um vídeo sobre esse escritor supimpa que nós temos e tanto já comentamos neste humilde espaço! Tem maçã, tem xiboquinha, tem Akira, tem moletom da Santa Cruz e tem muita alegria e descontração nesse vídeo sobre o último livro do Cristóvão Tezza: O Professor. Vai dar mole ou vai assistir e se inscrever no canal de uma vez? Tá bombando, gente, vem!
tezza

Clica na imagem, filé. Tá difícil? Clica aqui então.

 

 O Professor cumpre as seguintes modalidades do Desafio Livrada 2014:

3- Um livro do seu autor favorito

11- Um livro publicado pela primeira vez neste ano

 

Comentário final: 240 páginas de puro calibre!

Vídeo: Edward Bunker – Educação de um Bandido (Education of a Felon)

Fala, macacada! Hoje a resenha é em vídeo também, e desde já gostaria de agradecer imensamente ao feedback recebido e a todos vocês que se inscreveram no canal. Com um vídeo, já estamos beirando as 150 assinaturas, mas precisamos continuar pro Google e seu filhote YouTube levarem a gente a sério. Então, por favor se inscrevam no canal do Livrada! É super fácil, ó: primeiro, você clica na imagem aí embaixo, depois, logado com a sua conta do Google, você clica no retângulo vermelho embaixo do vídeo onde diz “Inscrever-se”, e pronto! Não custa nada pra você, mas é uma mão na roda pra gente!

Estão gostando do nosso humilde vlog filmado na minha humilde residência? Acho que vou tirar o meu wheyzinho do fundo nos próximos vídeos, alguns de vocês ficaram muito chocados com ele. Whey é vida, galera! Deixem de manha. Peço desculpas por eventuais falhas técnicas, estamos todos aprendendo a fazer isso ainda, e a ideia é melhorar sempre.

Mas enfim, não era isso que vocês vieram ler aqui. Vocês querem saber sobre o Ed Bunker (o Mr. Blue do Cães de Aluguel) nessa deliciosa dica literária que vos deixo para essa semana. De resto, já sabem: curtam o vídeo, compartilhem, discutam na caixa de comentários, se quiser eu até respondo por lá!

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Clica na imagem, abestado.

Anton Tchekhov – A Gaivota (Чайка)

Daniel PereiraOlha só, eu não coloquei uma peça de teatro na lista do Desafio Livrada! 2014 (aliás, como vocês estão indo nele?) mas deveria, e por várias razões. A primeira é que livros de peças de teatro são mais legais do que peças de teatro em si (e isso é a minha opinião. Meu blog, minha opinião, sorry periferia); segundo que vocês não andam lendo tanto teatro quanto deveriam – e deveriam, porque o teatro ensina muitas coisas sobre como montar um ambiente e como explicar coisas só com diálogos, o que é importante pra todo mundo deixar de ser prolixo; terceiro, porque livros de teatro são o contrário dos best-sellers na relação quantidade x qualidade. Se eu pedisse pra vocês lerem um, a chance de algo realmente bom cair em vossas mãozinhas seria muito grande.

Pois o fato é que não está na lista, mas vamos ver essas coisas aqui, e desde já peço desculpas pelo excesso de literatura russa aqui, mas é porque eu realmente tô numa vibe que… peraí! Eu não vou pedir desculpas pelo excesso de literatura russa e vocês tão malucos se acham que eu vou. Literatura russa é vida, literatura russa é o que faz essa máquina de editoração de livros rodar, porque se não fosse a literatura russa, se não fosse essa coisa tão legal consagrada há cento e porrada anos atrás, não ia ter tanta gente querendo fazer algo tão legal quanto hoje em dia. Então, vamos ao objeto de hoje.

Eu li A Gaivota quando tinha meus 20 anos em uma edição antiga do amigo Cássio que vinha junto com Tio Vânia, do mesmo Tchekhov, e achei tanto uma quanto a outra uma porcaria enfadonha, confusa e sem nada de maneiro pra acrescentar à minha ignorante cabecinha de jovem. Mal sabia eu que minha opinião estava em consonância com a do povo russo à época da estreia da peça e inclusive com a opinião do grande Tolstói, que disse, não com essas palavras, que A Gaivota era um belo de um sonífero. Parece que só quando ela caiu nas mãos de Stanislavski e Cia. Que a coisa deslanchou mesmo, e o porquê disso não sei, mas também não estou muito interessado. Vou falar aqui por que A Gaivota tem seus deméritos aos olhos dos outros e o que ela tem de legal.

A peça tem quatro atos, uma porrada de personagens – alguns meio inúteis —, uma peça de teatro dentro dela e se passa numa propriedade rural do tio de um aspirante a escritor, filho de uma atriz famosa e já meio esquecida. O sujeito chama Trepliov e no primeiro ato o vemos se preparando para ver a montagem de uma peça que ele escreveu, mas sua mãe fica de palhaçada, todo mundo perde o foco e a vibe, o troço vira um desastre e ele fica arrasado. Essa percepção é mais agravada pela presença de Trigorín, um escritor famoso que rouba as atenções, inclusive a de sua grande paixão, Nina. O caso aqui é uma quadrilha das brabas: Miedviediênko (ah, que delícia a sonoridade do russo explanada na transcrição do tradutor, praticamente um baby talk), o professor, amava Macha, a filha do tenente Chamraiev. Macha, amava Trepliov, o escritor. Trepliov amava Nina, a mocinha atriz de sua peça. E Nina acha que ama Trigorín, mas na verdade só tá mesmo muito entediada e precisando de um Nintendo Wii. Acrescente-se aqui que Arkádina, a mãe de Trepliov, é apaixonada por Trigorín também, e temos aí a macarronada que é A Gaivota.

Pois bem, coisas acontecem na peça, mas não muitas: Trepliov mata uma gaivota e oferece de presente pra Nina, ela e Trigorín trocam juras, Trepliov desafia Trigorín para um duelo e ele foge da raia, e no final das contas Trigorín casa com Nina, vão morar em Moscou e depois ele abandona ela por Arkádina. Nina reaparece, fala com Trepliov, ele pede pra ela ficar, ela não fica e ele se mata.  Oh, meu Deus, Yuri, que cara sem coração é você, jogando esse monte de spoiler na nossa cara. Pois é, get over it. A gente é a maloqueiragem da crítica literária, e se você não aguenta os caras maus, vá ler blog de miguxa parceira de editora e de marca de esmalte.

Anton_Pavlovich_ChekhovDe tudo isso que eu já contei, já deu pra sacar por que A Gaivota não foi um grande sucesso. Quatro atos disso aí só passam rápido se o cara tiver muito na pira de ver um Tchekhov boladão. Se não tivesse o sobrenome, dificilmente sairia do circuito do teatro sério dentro do teatro experimental universitário. Mas isso não quer dizer que não valha a leitura, e é claro que vamos dizer o porquê.

Primeiro, pela angústia do personagem principal. Trepliov é um escritorzinho que precisa competir com Trigorín, que é um escritorzão, e os dois precisam competir com Tolstói e Turguêniev e todos os clássicos. Está aí um dos pontos chaves do livro: o embate do novo com o velho e já consagrado. Não é à tôa que Nina se apaixona por Trigorín, escritor já consagrado e não por Trepliov, e não é à tôa que Trigorín se apaixona por Nina, uma jovem atriz, mas troca ela por Arkádina, a atriz mais velha e já consagrada. E você achando que o Larry Clark era revolucionário por fazer um filme como Ken Park. Rá! A coisa é tão fora de propósito que o sujeito novo não sabe o que fazer e mata uma gaivota pra dar de presente pra mulher. Se a gaivota é uma metáfora para alguma coisa nessa peça, e eu acho que é, é a metáfora para a falta de sentido em pirar errado e na destruição do belo em função de ficar pirando errado.

E isso tem a ver com a segunda coisa legal desse livro, e isso você pode ler no belo texto que o tradutor Rubens Figueiredo (falemos dele mais tarde) preparou para a edição (falemos dela mais tarde também). A Gaivota é uma “comédia em quatro atos”, segundo o autor. Mas não tem nada de engraçado nisso. Mas aí o Rubens lembra a gente que comédia aqui tem o sentido de expressar sentimentos menores, menos nobres, em oposição à tragédia, que é elevada. É uma comédia porque todo mundo é meio patético em suas vidinhas miseráveis e ninguém se entende, ninguém corresponde o amor um do outro e as pessoas fazem coisas estúpidas por causa disso, tipo matar uma gaivota e se matar. A comédia é a vida comum, a comédia somos nozes.

Já falei que o livro da Cosacnaify é da coleção portátil? Não? Pois é. Bela coleçãozinha essa, com suas escalas pantone na capa, suas fontes esquisitas de nome esquisito e sua encadernação artesanal com cordinhas bonitas. E já falei que o livro é traduzido pelo Rubens Figueiredo? Ah, isso já, né? Porque o Rubens é demais e não há porque se cansar de falar dele aqui, principalmente retribuindo a gentileza da vez em que ele disse que eu era parecido com o Tchekhov em pessoa. Ah, como eu sou gatão, foi mal aí, galera! Meninas, façam fila que o papai chegou. Hue hue hue br br. Gosto das traduções do Rubens, principalmente nos nomes, em que ele tenta preservar a sonoridade do russo, e não poupa acentos em lugares desconfortáveis para nossos padrões de leitura em língua portuguesa. Viva!

Um último pedido: se inscrevam no canal do Livrada! no Youtube! É super fácil, é só entrar no Youtube logado com sua conta do google e clicar no botão vermelho embaixo do vídeo onde diz “Inscrever-se”. É a minha chance de fazer isso aqui ir além e render um trocado pra pagar a hospedagem do site, então me ajudem, amigos!

Comentário final:127 páginas portátil e em papel pólen. Russos, ê!